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A História do Cinema Japonês
O Cinema Mudo
O primeiro filme produzido no Japão foi o documentário de curta-metragem (Geisha No Teodori) em junho de 1899.
O primeiro ator japonês a aparecer em um filme profissionalmente foi o dançarino e ator Tokuko Nagai Takagi, que atuou em quatro curtas para a Companhia Americana Thanhouser entre 1911 e 1914.
A maior parte das salas de cinema japonesas da época empregavam benshi, narradores cujas leituras dramáticas acompanhavam o filme e a música, que era, como no Ocidente, tocada ao vivo.
O Terremoto de 1923, o Bombardeio Aliado de Tóquio durante a Segunda Guerra Mundial, assim como os efeitos naturais do tempo e da umidade do país nas frágeis películas destruíram a maior parte dos filmes realizados no período.
Alguns dos filmes mudos mais comentados do Japão são os de Kenji Mizoguchi, cuja obra posterior (como A Vida de Oharu) ainda é muito admirada hoje.
A Década de 1930
Diferentemente dos Estados Unidos, os filmes mudos ainda estavam sendo produzidos no Japão nos anos 1930. Filmes falados notáveis do período incluem As Irmãs de Gion (1936) e Elegia de Ozaka (1936), ambos de Mizoguchi. O estilo de Mizoguchi é clássico, com tomadas longas e sem close-ups, e uma preocupação humanista.
A Década de 1940
Akira Kurosawa faz seu filme de estréia com Sugata Sanshiro em 1943.
A Década de 1950
O filme de Akira Kurosawa Os Sete Samurais (七人の侍) é lançado em 1954, mesmo ano de Godzilla (ゴジラ Gojira). Kurosawa já era um diretor reconhecido e veterano quando lançou Os Sete Samurais, depois de filmes como Rashomon (1950) e O Idiota (Hakushi, 1951).
Yasujiro Ozu, abandonando os melodramas água-com-açúcar de antes da guerra, dirige História de Tóquio (Tōkyō monogatari) (1953) e Bom Dia (Ohayō) (1959), atingindo seu apogeu estético e temático, com um cuidado minucioso com cada tomada (com a famosa câmera baixa), e a ausência de uma trama propriamente dita. História de Tóquio é considerado um dos grandes filmes jamais filmados.
A Década de 1960
O technicolor faz a sua marca. Kon Ichikawa realiza o documentário de três horas As Olimpíadas de Tóquio (Tōkyō Orimpikku; 1965). O estúdio Nikkatsu demite Suzuki Seijun por "fazer filmes que não ganham dinheiro nem fazem sentido", depois de seu filme yakuza surrealista A Marca do Assassino (1967).
A série Tetsuwan Atomu, de Osamu Tezuka, introduz o anime na televisão e dá Astro Boy ao mundo em 1963.
A Mulher da Areia (Suna no Onna, 1964), de Hiroshi Teshigahara, ganha o Prêmio Especial do Júri no Festival de cinema de Cannes e é indicado ao Oscar de melhor direção e melhor filme estrangeiro. Kwaidan (1965), de Masaki Kobayashi, também recebe o Prêmio Especial do Júri no Festival de cinema de Cannes.
A Década de 1970
Nagisa Oshima dirige O Império dos Sentidos (Ai no koriida, 1976), um filme político-erótico de época. Oshima, determinado a enfrentar a censura, insiste em lançar o filme com material pornográfico explícito; como resultado, só pode ser revelado na França, e até hoje nenhuma versão sem cortes foi exibida na Japão.
A Década de 1980
Hayao Miyazaki adapta seu mangá Nausicaä do Vale do Vento (Kaze no tani no Naushika) para o cinema em um filme de animação (ou animê) em 1988. Novos animês são lançados a cada ano com personagens populares da TV e dos quadrinhos. Shohei Imamura ganha a Palma de Ouro em Cannes pelo filme A Balada de Narayama (Narayama Bushiko, 1982).
A Década de 1990
Shohei Imamura recebe outra Palma de Ouro (dividida com o diretor iraniano Abbas Kiarostami pelo drama A Enguia (Unagi, 1997). Takeshi Kitano torna-se um realizador importante com obras como Adrenalina Máxima (Sonatine, 1993), De Volta às Aulas (Kidzu Ritan, 1996) e *Hana-bi - Fogos de Artifícios (Hana-Bi, 1997), que ganhou o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza.
A Década de 2000
Hayao Miyazaki volta a filmar com A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi, 2001), filme que quebra recordes de bilheteria japonesas em todo o mundo, fatura o Leão de Ouro de Veneza e o Oscar de Melhor Filme de Animação. Em 2002, Takeshi Kitano lança Dolls (Dolls, 2002).