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Seriado

Poster de The Perils of Pauline (1914)

Seriados (em inglês: serial film ou movie serials) são filmes curtos sequenciais, apresentados com um número limitado de episódios, perfazendo no total uma história completa.


Características

Os seriados foram uma forma de filme B muito comuns na primeira metade do século 20. Usualmente tinham entre dez e quinze episódios, e cada episódio terminava com uma proposta extrema, em que o herói (ou a heroína) enfrentava uma situação de perigo, aparentemente sem solução, de forma a prender a atenção do público, levá-lo à curiosidade de ver o episódio seguinte, e conferir a forma com que o perigo seria superado (cliffhanger). Os episódios originalmente eram semanais, e sempre terminavam com um convite ao público para assistir o subsequente.

Os seriados geralmente envolviam um herói ou heroína lutando contra o mal, contra algum vilão, que continuamente os expunha a armadilhas ou situações extremas de perigo, e das quais o herói escapava bravamente. O instante final do episódio subentendia, muitas vezes, a morte ou a derrota do herói, mas no episódio subsequente o público conferia sua sobrevivência através da persistência e da coragem. A situação se repetia ao longo de todo o seriado, numa sequência de armadilhas e perigos contínuos, até que, finalmente, no último episódio, o herói vencia o vilão. Os personagens eram bastante caricatos, representavam heróis e vilões, e costumeiramente havia o “melhor amigo”, coadjuvante que funcionava como suporte para o personagem principal.

Diversos clichês eram usados nos seriados, para garantir seu sucesso. Um dos mais comuns era o instante final do episódio, quando muitas vezes o herói ficava à mercê do perigo: à beira de um precipício, atropelado por uma tropa de cavalos, inconsciente dentro de um carro rumo ao abismo, ao lado de um barril de dinamite prestes a explodir, entre outros (cliffhanger). Muitos filmes, posteriormente, utilizaram tais clichês para prender a atenção e o interesse do público. Um exemplo é o popular Indiana Jones dos filmes atuais, que utiliza uma série de clichês comuns em seriados antigos.

Histórico

O seriado foi uma forma popular de filme cujo início pode ser remetido a What Happened to Mary?, do Edison Studios, em 1912, primeiro seriado dos Estados Unidos. Anteriormente houve, em 1910, o seriado Arsène Lupin Contra Sherlock Holmes, drama alemão em 5 capítulos, dirigido por Viggo Larsen e baseado em Arsene Lupin Contre Sherlock Holmes[1], de Maurice LeBlanc, e um possível mas não confirmado seriado Raffles, em 1911[2].

Os seriados foram muito populares entre as crianças e os jovens da primeira metade do século 20, e geralmente as sessões de cinema, inclusive no Brasil, até os anos 60, eram precedidas por um episódio de seriado, como eram conhecidos então. Posteriormente, foram adquiridos pelos canais de TV, sendo apresentados então em episódios semanais ou diários. Grande parte era de western, mas havia os mais diversos gêneros: dramas, ficção científica, espionagem, aventuras na selva, além de adaptações de livros. Alguns chegaram a ser bastante dispendiosos, como foi o caso de Flash Gordon, que pode ser considerado uma das maiores produções de seu tempo.

A época do cinema mudo foi o auge dos seriados e grandes artistas foram revelados, tais como Pearl White, que estrelou o seriado mudo The Perils of Pauline, em 1914, além de Ruth Roland, Marin Sais, Ann Little e Helen Holmes. A época de ouro do seriado, porém, foi entre 1936 e 1945[3].

Cinema mudo

Alguns dos mais famosos seriados estadunidenses do cinema mudo foram The Perils of Pauline, de 1914, e The Exploits of Elaine feitos pela Pathé e estrelando Pearl White. Outro seriado popular da época, com 119 episódios, foi The Hazards of Helen pela Kalem Studios e estrelando Helen Holmes nos primeiros 48 episódios e Helen Gibson nos demais.

Grandes estúdios os produziam, entre eles Vitagraph, Essanay Studios, Warner Bros., Fox, e Universal Studios. Algumas companhias independentes, tais como Mascot Pictures, fizeram seriados de Western. Foram feitos quatro seriados mudos de Tarzan. A Europa também produziu alguns, em especial a França, com Judex e Les Vampires, e a Alemanha com Homonculus.

Cinema sonoro

Com o advento do cinema sonoro, a Grande Depressão tornou difícil a sobrevivência das pequenas companhias cinematográficas. A Mascot Pictures e a Universal Pictures foram algumas das poucas que suportaram a transição do cinema mudo para o sonoro.

Nos anos 30, algumas companhias independentes tentaram fazer seriados. Em 1937, o grande sucesso da Universal foi Flash Gordon, e no mesmo ano foi criada a Republic Pictures, que envolveu a absorção da Mascot Pictures, de forma que, em 1937, a produção de seriados estava na mãos de apenas três companhias: Universal, Columbia e Republic, com a Republic alcançando a liderança na qualidade das produções. Cada companhia fazia quatro ou cinco seriados por ano, entre 12 e 15 episódios cada. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1946, a Universal transferiu sua unidade de seriados e foi renomeada como Universal-International Pictures. A Republic e a Columbia continuaram sua produção, ambas com quatro seriados por ano. A Republic fixou os seriados em 12 capítulos, e a Columbia em 15.

Nos anos 50, as série televisivas e a venda dos velhos seriados para os canais de TV causaram o declínio dos seriados e o seu esquecimento gradativo. O saudosimo após os anos 50 incentivou a volta e a recuperação pelos fãs e pelos estúdios profissionais, com a restauração de muitos deles.


Seriados do cinema mudo (lista parcial)

Seriados do cinema sonoro: 1936 - 1945 (lista parcial)

Outros seriados famosos

Referências

  1. Lupin/Holmes at Silent Era
  2. Raffles serial at Silent Era
  3. Images - Golden Age of the Serial, retrieved 10th July 2007

Ligações externas